quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Não existem partidos de direita no Brasil

Historicamente, essa polarização apareceram na Revolução Francesa, século XVIII, governada pelo rei Luís VI em uma monarquia absolutista (política, economia e justiça nas mãos do rei)

Na primeira fase da revolução (1789) foi convocada uma reunião na Assembleia Nacional e, para manter a ordem, fez-se necessária a separação entre Girondinos e Jacobinos.

De um lado (à direita) os Girondinos, que queriam o fim dos privilégios e igualdade de todos perante a lei e, do outro lado (à esquerda) os Jacobinos, que também queriam o fim dos privilégios mas com um poder centralizado.

Nos Estados Unidos existem apenas dois partidos grandes, Democratas e Republicanossendo o primeiro de centro-esquerda e mais antigo do mundo, com idéias progressistas e liberais. O segundo, de direita, já com ideias voltadas ao conservadorismo (econômico, social e fiscal).

Definição prática de Esquerda e Direita

– Esquerda (socialistas e comunistas) é a  corrente de pensamento que declara a soberania do estado como o único capaz de promover a igualdade e justiça social, principalmente em relação à economia e independente do que seja necessário fazer para alcançar estes objetivos;

– Direita (liberais e conservadores) é a corrente de pensamento que assume as liberdades individuais, direito à propriedade privada e entende que ao longo da história foram criadas instituições base e fundamentais para a sociedade e portanto, adotam uma postura mais conservadora quanto à mudanças repentinas e/ou muito drásticas (revoluções). 

Tanto liberais quanto conservadores entendem que o estado não é a melhor opção para intervir nas liberdades de cada indivíduo, ainda que em muitos casos admitem uma certa necessidade “mínima” de intervenção estatal. Prova disso é que eles próprios participam da máquina.

Esquerda Fabiana

O que conhecemos hoje por esquerda ou extrema esquerda são os partidos “vermelhos”, PTPSOLPSTUPCBPCdoBPCR etc. Estes são escancaradamente de esquerda, mas há alguns outros partidos que, disfarçados de oposição, compartilham tanto da mesma ideologia política, quanto da sua sede pelo poder. É o caso do PSDB (Partido Social Democrata Brasileiro).

A esquerda Fabiana apareceu no século XIX e inspirou-se nas táticas do político Romano Fábio Máximo (daí o nome), que consistia em conquistar o poder de forma gradual e sorrateira. O objetivo é o mesmo. Esta é a principal diferença entre socialismo fabiano e marxismo. Os Marxistas querem o socialismo por meio de uma revolução, já os Fabianos por meio da conquista gradual.

Nos dias de hoje, não podemos confundir o ser conservador com ser de direita. Conservadorismo é uma postura, uma forma de lidar com as mudanças procurando preservar instituições consideradas importantes para a manutenção da sociedade. Isso não é necessariamente algo positivo, visto que o Keynesianismo (linha de forte intervenção do estado na economia) é considerado uma ideologia de direita e afronta fortemente as liberdades individuais.

Para ficar bem simples e claro, o pensamento liberal procura valorizar e proteger o indivíduo em sua singularidade, o que contraria todo pensamento coletivista. Pensando dessa forma fica evidente que, quanto mais uma ideologia política tende a ignorar e/ou não respeitar o indivíduo, mais nociva ela se torna

Entendendo que a menor fração da sociedade é o indivíduo, que sua propriedade privada (mente, corpo e bens) deve ser preservada e não violada, que qualquer intervenção sem seu consentimento é desrespeitá-lo (fui brando, na verdade é crime), seguramente podemos concluir que não há partidos de direita no Brasil.

Todo pensamento político ideológico não pode ser meramente reduzido aos rótulos “direita” ou “esquerda”, a socialistas ou liberais, democratas e republicanos, A ou B. No entanto, todo pensamento político pode ser coletivista ou individualista.

Quanto mais individualista, mais inclinado às liberdades e mais tendencioso à direita histórica e, quanto mais coletivista menor é a preocupação com a singularidade do indivíduo.

Conservador, de esquerda ou de centrão defendem o Estado, o seu sistema, o que é muito diferente de defender o cidadão. No Brasil não existe esquerda ou esquerda, o que existe é de um lado o reconhecido aproveitador, que quer vencer facilmente e do outro lado o aproveitador econômico que quer conservar a sua posição.



quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

O Escândalo do BANESTADO

 Sergio Moro, o MPF e a mídia protegeram FHC no Escândalo do Banestado.



O que é: maior caso de evasão de divisas do Brasil. Quanto: 128 bilhões de dólares. Quase 720 bilhões de reais ao câmbio atual. Quando: 1996 a 2003. Onde: epicentro em Foz do Iguaçu (PR), com raio de ação em todo Brasil, Nova Iorque e Bahamas. Origem do nome: o caso foi descoberto na agência do Banestado, em Foz do Iguaçu. Investigados: 3 mil pessoas, empreiteiras, mídia, bancos e casas de câmbio. Condenados: 26 laranjas, nenhum político ou empresário poderoso. Legado: o modelo de investigação internacional reinventou o papel do Ministério Público Federal, criou as bases da moderna Polícia Federal para investigar crimes financeiros, obrigou o Judiciário a criar varas especializadas como aquela que Sérgio Moro comanda, forçou o Executivo a reequipar a PF e o MPF, e serviu de modelo para a Lava Jato. Personagens: Procurador do MPF Celso Três e delegado da PF José Castilho Neto.

COMO FOI

Mídia envia dinheiro ao exterior e boicota escândalo. Políticos e empresários usaram doleiros e laranjas para remeter dinheiro para paraísos fiscais entre 1996 e 2003, burlando o sistema legal de remessa pelas contas internacionais conhecidas como CC5 (por isso também conhecido como Escândalo das CC5). O MPF em Foz do Iguaçu descobriu a fraude porque a agência local do Banestado enviou para a agência de Nova York cerca de 30 bilhões de dólares – o total com outros bancos chegou aos 124 bilhões de dólares.

A movimentação era demais naquele final dos anos 90 e levou o até então desconhecido procurador Celso Três a começar a investigação. Como o MPF não tinha técnicos e supercomputadores, quem deu início ao rastreamento de contas pela internet foi um motorista do órgão. Apaixonado por computadores, ele usou um PC apreendido de contrabandistas para descobrir a fraude.

O procurador formou dupla com o delegado federal José Castilho Neto para levar a investigação aos Estados Unidos, seguindo a trilha do dinheiro enviado para o exterior. A investigação identificou dezenas de doleiros, entre eles o mesmo Alberto Youssef delator da Operação Lava Jato, e cerca de 3 mil laranjas (pessoas comuns, usadas por políticos e empresários para enviar dinheiro em seus nomes).

Foram flagrados com remessas ilegais os políticos Jorge Bornhausen, José Serra, Sérgio Motta (já falecido), Ricardo Oliveira (operador nas campanhas de FHC e José Serra) e até o jovem Carlos Alberto Richa (Beto Richa), hoje governador do Paraná, que remeteu 1 milhão de dólares. Quase todos eram da cúpula do governo FHC. O doleiro Youssef foi preso e tornou-se delator pela primeira vez. O trabalho do procurador e do delegado deu base para a abertura de uma CPI, em 2003.

A mídia promoveu boicote depois que foram apresentados documentos de remessa ilegal de dinheiro pela Rede Globo, Editora Abril, RBS e Correio Braziliense. No front político, a investigação do Banestado morreu na CPI. No front jurídico, o MPF e a PF foram esvaziados, perdendo poderes. Ainda em 2003, quase no final, um novo juiz assumiu o caso: Sérgio Moro. Mas as investigações não avançaram. O procurador e o delegado foram afastados. A investigação foi desmembrada, numa decisão que depois se mostrou equivocada ou, quem sabe, muito bem calculada para chegar aonde chegou: a nada. Cada laranja deveria enfrentar processo em seu domicílio fiscal, em dezenas de comarcas pelo Brasil. Houve 91 prisões de ”peixes miúdos”, do quais só 26 foram efetivamente fisgados. Muitas das ações ainda estão dormindo nos tribunais. Parece que a Justiça se desinteressou depois que o Mensalão (2004) pintou na mídia.

O escândalo na Era FHC, entre 1996 e 2003, juiz Sérgio Moro. O juiz premiado que protegeu aos poderosos do PSDB, incluindo também membros do Poder Legislativo e da grande imprensa.

Valores da corrupção: 124 bilhões de dólares, levados e lavados no exterior. 

Envolvidos grandes empresas (Globo - RBS/SC) e políticos. 

E o Judiciário, no primeiro grande caso nas mãos de Moro, jogou pesado com laranjas e tão somente com eles e não foi adiante. O Procurador Celso Três e o Delegado José Castilho levantaram as denúncias, mas suas carreiras acabaram quando denunciaram tucanos e seus aliados, suas carreiras estagnaram por apontar culpados. 


Castilho é referência dentro da PF. Tem fama de competente e incorruptível. Está na geladeira desde que conduziu o inquérito do Escândalo do Banestado, no governo tucano de FHC. Acredita que o juiz Sérgio Moro só se manifesta com base nas ações e pedidos da Polícia Federal e Ministério Público Federal”.

Castilho esteve no auge, na transição de FHC para Lula. Foi colocado no posto em Joinville, considerado menor: “É o meu exílio profissional”. Ele acredita que foi posto lá porque “denunciei na TV o envolvimento de gente da cúpula do governo FHC no caso Banestado”.

Ele é considerado precursor no uso das técnicas de investigação adotadas pelas equipes da PF. Castilho já tinha trabalhado com o juiz Moro no Banestado, onde rastreou contas internacionais de empresários e políticos. Foi o primeiro a prender o doleiro Alberto Youssef, o delator zero do Petrolão.

Castilho revela mágoas por ter sido afastado na transição do governo FHC para Lula “pela panelinha que comanda a PF”, mas acha que a vida é assim, “é a dinâmica do poder”. Ele atribui sua queda e exílio em Joinville (depois de outros postos menores ainda) porque “fiz a denúncia pública dos nomes de gente poderosa cujas contas no exterior foram reveladas, entre eles Jorge Bornhausen, José Serra, Sérgio Motta e do operador de FHC, Ricardo Oliveira”.

Castilho lembra que estava em Nova York trabalhando no rastreamento quando foi chamado de volta e afastado da operação. Foi quando ele procurou a mídia para fazer as denúncias. Encontrou um paredão, porque entre as empresas que usaram o recurso ilegal de enviar dólares para o exterior estavam Rede Globo, Editora Abril, RBS e Correio Braziliense.

Seu momento de glória foi fazer a denúncia na Record, num programa nas altas horas, audiência quase zero. Castilho foi a estrela, levando nomes de 3 mil pessoas com contas em dólar no esquema, entre mandantes e laranjas. Ele brandiu o livro no ar no plenário da Câmara, sem sucesso: “Havia gente poderosa envolvida, tinha gente lá de dentro, é claro que iriam abafar e foi o que fizeram”.

Sou contra a corrupção. Acho que o pessoal do PT aprendeu como se fazia no Banestado e preferiu não mexer no esquema”. O Banestado sumiu da mídia quando começou o Mensalão. E o Petrolão substituiu o Mensalão. Ele acredita que “por muito tempo a maior operação da PF foi a ‘cortina de fumaça’, qualquer coisa que não chegasse ao núcleo do poder”. Castilho acha que “no governo FHC não havia interesse em ir fundo, porque era um governo corrupto. 

Ele fala com a autoridade de ter sido o primeiro procurador federal a seguir a trilha de volumosa quantia de dinheiro desviado do Brasil para o exterior – o Escândalo Banestado em 2003. Um trabalho de investigação monumental, sem os recursos que o MPF tem hoje.

Celso Três comandou o inquérito das contas CC5 do Caso Banestado. O modelo de investigação quebrou o sigilo de milhares de pessoas e empresas, flagrando as irregularidades.

Ele ainda hoje mantém cópia dos volumes do inquérito em seu gabinete. Gosta de exibi-los aos interessados. “Nunca se pôde fazer justiça porque o governo FHC tinha altos membros envolvidos. Parte do dinheiro serviu para compra de votos para a reeleição dele, outro escândalo da época”, lembra, manuseando os documentos.

“Nós do MPF tivemos que desmembrar cada ação por domicílio fiscal dos suspeitos, o que se tornou um pesadelo. O Banco Central e a PF nunca colaboraram efetivamente, até atrapalhavam as investigações, visivelmente por ordem do Executivo. Por causa disso os principais mandantes nunca foram presos”.

Celso diz que “os efeitos do caso Banestado até hoje são sentidos. O atual governador do Paraná, Beto Richa, tinha despachado para o exterior 1 milhão de dólares, sem comprovar a origem do dinheiro”.

Ele exibe documentos e mostra que o Banco Araucária (do ex-senador e governador biônico catarinense Jorge Bornhausen) enviou para o exterior 2,4 bilhões de dólares.

“Nossa experiência de combate à corrupção serviu como modelo para a Lava Jato. Não pudemos avançar porque a CPI deu em pizza. E um dos entraves foi quando flagramos a Rede Globo e a RBS mandando dinheiro para fora”.

A carreira de Três declinou depois que ele fez as denúncias da mídia para a mídia – nunca foi indicado para nenhum prêmio. Pior: só recebeu ameaças de morte. Foi movido para outras comarcas. Lotado em Santa Catarina no ano 2000, iniciou um processo que o botou na geladeira de vez: tentou quebrar o monopólio da RBS (repetidora da Globo) no estado. Ele sustenta que a empresa “monopolizou a imprensa em SC, controla rádio, jornais e TVs, ferindo a Constituição”.

O caso ainda está pendente de decisão do TRF4, em Porto Alegre. Celso Três é procurador em Novo Hamburgo, no interior do Rio Grande do Sul.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

 " Quem é contra a honestidade É DESONESTO "

Votação até outubro, data limite, ACORDE E EXIJA!


sexta-feira, 10 de maio de 2019

PERFIL DE QUEM VOTOU CONTRA A MANTER A COAF COM MORO

SÓ PARA OS BONS ENTENDEDORES:

“DEPUTADOS E SENADORES QUE VOTARAM CONTRA MANTER A COAF COM MORO”

Fornecer voz e vez a gente bandida, gente investigada, gente processada, gente condenada, gente comprovadamente corrupta, em decisões extremamente importantes para o país, para todos nós, é inacreditável, é inaceitável, e pode vasculhar que vai encontrar velharias políticas que continuam atuando, vários outros se corrompendo, e isso não muda nunca !
QUE PAÍS É ESTE MEU DEUS DO CÉU,
ATÉ QUANDO TEREMOS REPRESENTANTES BANDIDOS NO PODER DE TUDO?
Senadores
*CIRO NOGUEIRA - (PP-PI)
*PF mira Ciro Nogueira (PP) em investigação sobre R$ 43 mi em propinas; denunciado por crimes de corrupção passiva e lavagem dinheiro.
*JAYME CAMPOS - (DEM-MT)
É réu em ação penal no Supremo por peculato; quadrilha acusada de grilagem de terras e corrupção.
*JEAN-PAUL-PRATES -(PT-RN)
Solicitou no Plenário ao então presidente do Senado, senador José Maranhão, a destruir as provas da eleição fraudulenta dificultando possíveis investigações. Retirou a assinatura para abertura da CPI de Brumadinho seguindo orientação do partido, que não quer ver a possibilidade de sujar o nome da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-governador Fernando Pimentel, ambos do PT.
*NELSINHO TRAD - (PSD-MS)
Envolvido em um esquema onde empreiteiras faziam favores e pagavam despesas de políticos.
*ROGÉRIO CARVALHO - (PT-SE)
Condenado por improbidade administrativa e foi multado em R$ 200 mil. Autor do relatório que recomendava o arquivamento da CPI da Lava Toga.

*Deputados federais
*ALEXANDRE PADILHA - (PT-SP)
Investigado pela Lava Jato por acusação de receber R$ 3 milhões em 2014. Ele também teria cobrado R$ 300 mil para “cuidar” da verba do PAC no Rio de Janeiro. 
*ARTHUR LIRA - (PP-AL)
Corrupção passiva e lavagem de dinheiro. propina de R$ 106 mil ofertada pelo então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), Francisco Colombo. Juntamente como seu pai, Benedito de Lira, exerciam influência nas sucessivas gestões da CBTU, inclusive na de Colombo. Esquema do PP: Francisco Colombo, para se manter na presidência da CBTU, oferecia e pagava vantagens indevidas a Arthur Cesar Pereira de Lira para que este, na condição de deputado federal, líder do PP na Câmara dos Deputados, com a prerrogativa de fazer indicações para cargos em comissão, mantivesse-o naquele cargo como nomeação política da agremiação”
*CAMILO CAPIBARIBE - (PSB-AP)
Foi acusado pelo Tribunal de Contas do Amapá de usar ilegalmente R$ 98 milhões em créditos suplementares em 2012.
*CÉLIO SILVEIRA -(PSDB-GO)
É alvo de inquéritos por crime de responsabilidade, contra a administração em geral e corrupção passiva.
*ELMAR NASCIMENTO - (DEM-BA)
Beneficiado pelo esquema de caixa 2 da Odebrecht via Itaipava, citada em março de 2016, como parceira da empreiteira. Ao menos 81 políticos, podem ter recebido, indiretamente, recursos oriundos de propina.
*MARX BELTRÃO - (PSD-AL)
É alvo de nove ações por improbidade e teria desviado dinheiro da educação de sua cidade. O valor ultrapassou R$ 40 milhões
Subtenente Gonzaga (PDT-MG)
Foi condenado por crime cometidos contra o sistema financeiro nacional; comprometeu o patrimônio líquido da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores Militares, Polícia Civil e Secretaria de Educação de Minas Gerais ao comprar parte de uma seguradora e criar farmácia e entidade de previdência privada.
*VALTENIR PEREIRA - (MDB-MT)
Investigado por lavagem de dinheiro de propinas em esquemas que são alvo da Operação Ararath. Desvio de recursos públicos; peculato; pelo Governo de MT, nas licitações de duas ou três pontes, sendo uma no Rio Aripuanã, outra perto do Distrito de Guariba e a terceira no Município de Cotriguaçu, em um dos contratos, no valor de R$ 16 milhões, Valtenir pediu 15% de propinas.


terça-feira, 30 de abril de 2019

MP pede cassação de PSListas

MP eleitoral pede cassação de Francischini e impugnação de todos os deputados eleitos pela coligação do PSL


Ministério Público Eleitoral no Paraná protocolou nesta segunda-feira, 7 de janeiro de 2019, uma representação contra o deputado estadual eleito pelo PSL, Fernando Destito Francischini, pedindo a cassação de seu diploma por captação e gasto ilícito de recursos durante sua campanha; além de seis Ações de Impugnação de Mandado Eletivo (AIME) contra coligações e partidos pela prática de lançamento de candidaturas fictícias (fantasmas) em violação aos 30% de percentual mínimo de vagas para o sexo feminino.

As AIMEs foram protocoladas contra as coligações Endireita Paraná (PSL, PTC e PATRI) que concorria aos cargos de deputado estadual; Endireita Brasil (PSL, PTC e PATRI) para os cargos de deputado federal; Unidos Pelo Paraná (PRTB e PRP) para os cargos de deputados federais; e os partidos Podemos, nos cargos para deputados estaduais; Partido Verde, para vagas a deputados estaduais; e Partido dos Trabalhadores (PT) para cargos de deputados federais.

Nestes casos, o MP Eleitoral solicitou o reconhecimento da prática de fraude e do abuso de poder na composição da lista de candidatos às eleições; e consequente desconstituição de todos os mandatos obtidos pelas coligações e partidos e dos suplentes; além de considerar nulos todos os votos atribuídos às composições e legendas, para determinar que sejam os mandatos por elas “conquistados´´ distribuídos, segundo a regra do art. 109, do Código Eleitoral, aos demais partidos que alcançaram o quociente partidário (cálculo das sobras eleitorais).

Representação eleitoral


Em julgamento das contas da campanha de Fernando Francischini, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) constatou graves irregularidades, se posicionando pela desaprovação das contas do deputado eleito. Da análise das contas do candidato, verificou-se a existência de gastos de campanha não quitados, dentre os quais se inclui um jantar promovido no restaurante Irmãos Madalosso, no valor de valor de R$ 74.290,00.

Após as reformas promovidas em 2006, a Lei Eleitoral não prevê “a produção ou patrocínio de espetáculos ou eventos promocionais de candidatura” e a “confecção, aquisição e distribuição de camisetas, chaveiros e outros brindes de campanha” no rol de gastos eleitorais considerados lícitos. Para o MP, estas alterações na lei foram claras: evitar o escambo ou direcionamento de votos em troca de vantagens, ainda que irrisórias, oferecidas pelos candidatos que disputam o pleito. Desta forma, a estratégia de livre distribuição de alimentos e bebidas como forma de arregimentar eleitores para participação em comícios mostra-se ilícita.

Francischini foi o deputado mais votado nas eleições de outubro do ano passado, com 427 mil votos. A coligação impugnada elegeu, ainda outros sete deputados que, agora estão com os mandatos ameaçados. A bancada federal impugnada elegeu 3 deputados. Também passam a ter seus mandatos ameaçados pela ação do MPE, dois deputados estaduais do PV, um do Podemos e os três deputados federais eleitos pelo PT.


Incorrendo em velhos erros...

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), em seu relatório sobre movimentações atípicas na conta de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), identificou um pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa Econômica Federal.





Após o Coaf identificar movimentações suspeitas na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu um novo relatório ao órgão, dessa vez sobre o filho de Bolsonaro.

O novo relatório aponta que Flávio, hoje deputado estadual e eleito senador, recebeu em sua conta bancária 48 depósitos em dinheiro entre junho e julho de 2017. Os 48 depósitos em espécie foram feitos no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Alerj sempre no valor de R$ 2.000.

Segundo especialistas ouvidos pela Folha, a reclamação de violação do sigilo bancário não encontra respaldo na lei e na jurisprudência brasileira. A lei brasileira permite a comunicação entre o Ministério Público e o Coaf, e questionamentos similares ao de Flávio foram rejeitados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pelo STF (Supremo Tribunal Federal).


PSL - OS DEFECADORES DA CAGADA


A bancada é composta pelos deputados federais eleitos Daniel Silveira (RJ), Carla Zambelli (SP), Tio Trutis (MS), Felício Laterça (RJ), Bibo Nunes (RJ), Marcelo Freitas (MG), Sargento Gurgel (RJ), Aline Sleutjes (PR), Charlles Evangelista (MG) e Luis Miranda (DEM-DF) A senadora eleita Soraya Thronicke (PSL-MS) também integra a viagem, ao lado da deputada estadual Delegada Sheila (PSL-MG).


O bombardeio dos seguidores bolsonaristas – que, nesta quinta-feira, insuflados por Carvalho, acusaram a comitiva do PSL de querer “vender o Brasil para a China” e de serem “comunistas infiltrados na direita” – deixou os onze parlamentares do partido com o sentimento de terem sido atirados “na fogueira” para encobrir o que consideram um escândalo: o pedido do filho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, ao Supremo Tribunal Federal, para ter foro privilegiado no caso em que seu motorista e assessor na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz, é investigado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), de movimentar 1,2 milhão de reais de forma atípica.

“É muita coincidência que o ataque aos parlamentares do partido tenha ocorrido justamente no dia em que o Flávio tomou aquela decisão escandalosa de ir pedir ao ministro Luiz Fux que lhe desse foro privilegiado”, me disse o advogado Cleber Teixeira.

O advogado afirmou que o clima entre os deputados da comitiva era de revolta e indignação. A indignação dos parlamentares era ainda maior pelo fato de filhos do presidente – o deputado Eduardo Bolsonaro, eleito por São Paulo, e o vereador Carlos Bolsonaro, do Rio de Janeiro – terem “debochado” da comitiva. Carlos chegou a postar uma montagem com a deputada eleita Carla Zambelli segurando uma bandeira chinesa.

AMEAÇA/INTIMIDAÇÃO

Em seguida, Teixeira fez um alerta para o risco de este tipo de comportamento atrapalhar o governo na votação de reformas. “Imagina se estes parlamentares decidirem não votar com o governo?”, questionou ele. Teixeira afirmou ainda que, se os parlamentares não se sentirem confortáveis com o comportamento do Executivo, podem não votar as reformas. “Eles não darão carta branca a um governo em que não confiam.” E foi além. Disse que o presidente Jair Bolsonaro deveria controlar os filhos dele. “Todos nós respeitamos o Jair, mas não vamos aceitar esses ataques dos filhos dele. Isso não é uma monarquia. Ele não é rei e os filhos dele não são filhos do rei.”

Na quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia se encontrado com o embaixador da China para discutir investimentos do país asiático no Brasil.

Desde que chegaram em Pequim, os parlamentares foram massacrados por integrantes de grupos de WhatsApp e de outras redes sociais bolsonaristas. O incentivador mais popular dos ataques foi Olavo de Carvalho, que chamou os parlamentares de “jumentos” por demonstrarem interesse num software de reconhecimento facial chinês – o que, segundo o ensaísta, permitiria que os brasileiros fossem espionados pelo país asiático.

O presidente do PSL, o deputado pernambucano Luciano Bivar, saiu em defesa dos colegas que estavam na missão chinesa.

Sem se exaltar, reclamou das “pedras que estavam sendo atiradas nos colegas” e disse que as “pessoas estavam cegas.”

"Carlos Bolsonaro contratou funcionária fantasma na Câmara do Rio, diz jornal"



Empregou uma funcionária fantasma em seu gabinete da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Segundo o jornal, Nadir Barbosa Goes, de 70 anos, constava da lista de assessores de Carlos até janeiro, quando foi exonerada. Mas, em entrevista à Folha, ela disse nunca ter trabalhado para o vereador. Nadir mora em Magé, município a 50 km do Rio, e ganhava R$ 4.271 mensais na Câmara.
A reportagem do jornal procurou a ex-funcionária, que pouco falou sobre o cargo que ganhou na Câmara. Ela apenas afirmou que nunca trabalhou para o filho do presidente. E sugeriu: "Fala com o vereador que eu não sei de nada"."


Entenda as investigações sobre candidatos-laranja

PSL é suspeito de lançar candidaturas de fachada para desviar dinheiro do fundo eleitoral. Representantes do partido negam irregularidades.


O Ministério Público e a Polícia Federal investigam a existência de um esquema de candidaturas-laranja no PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro. Mulheres disseram que receberam propostas para se candidatar e repassar parte da verba recebida do fundo eleitoral.
Nesta segunda-feira (29), uma operação fez buscas em gráficas e na sede do PSL em Minas Gerais, o diretório que concentra o maior número de denúncias e que foi presidido pelo atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Entenda, a seguir, o que são as candidaturas-laranja, que são os alvos e testemunhas das investigações e o que dizem os membros do PSL.

O que é a candidatura-laranja

O candidato-laranja é o candidato de fachada: aquele que entra na eleição sem a intenção de concorrer de fato, com objetivos que podem ser irregulares, como desviar dinheiro do fundo eleitoral.
Um levantamento feito pelo Jornal Nacional identificou 51 casos de candidatos supostamente laranjas nas eleições de 2018. Eles concorreram por 18 partidos, em 18 estados. A maioria deles são mulheres. Uma possível causa para isso é que o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que pelo menos 30% dos recursos do fundo eleitoral devem ser destinados a candidaturas femininas.

Principais personagens do caso


  • Marcelo Álvaro Antônio (PSL), atual ministro do Turismo e ex-presidente do PSL em MG, diretório alvo de investigação. Nesta segunda-feira (29), a PF fez buscas no local.


  • Gustavo Bebianno (PSL), foi presidente do partido e foi demitido da Secretaria Geral da Presidência após denúncias sobre candidaturas-laranja
  • Adriana Maria Moreira Borges, ex-candidata a deputada federal do PSL-MG que disse ter recebido proposta para repassar verba do fundo eleitoral
  • Zuleide de Oliveira, ex-candidata a deputada estadual pelo PSL-MG que acusou o ministro do Turismo de organizar sua candidatura apenas para desviar recursos
  • Cleuzenir Barbosa, ex-candidata a deputada estadual pelo PSL-MG, disse que o ministro do Turismo sabia do esquema de desvios no partido
  • Maria de Lourdes Paixão, ex-candidata a deputada federal por Pernambuco que gastou R$ 400 mil para obter pouco mais de 200 votos

Primeiras denúncias em MG

Os primeiros casos foram revelado em 4 de fevereiro, pelo jornal "Folha de S.Paulo". Segundo a reportagem, o ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), teria coordenado um esquema de quatro candidaturas de laranjas em Minas Gerais. Durante as eleições de 2018, ele era o presidente do PSL no estado.
O jornal diz que o PSL repassou R$ 279 mil a quatro candidatas que tiveram desempenho insignificante.

Caso em PE

Em 10 de fevereiro, surgiu outra denúncia: o PSL repassou R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal em Pernambuco que teve 274 votos. Segundo o Ministério Público, isso seria indício de uma candidatura de fachada. O jornal diz que Maria de Lourdes Paixão se tornou candidata por iniciativa do grupo do atual presidente do PSL, Luciano Bivar.
O repasse teria acontecido no período em que Gustavo Bebianno era o presidente do PSL. A denúncia abriu uma crise entre Bolsonaro e Bebianno, que ocupava então a Secretaria Geral da Presidência. O ministro foi demitido em 18 de fevereiro. Bebianno havia sido um dos principais articuladores da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência.
Lourdes Paixão comprou 5 milhões de santinhos e mais de 1 milhão de adesivos nas 48 horas que antecederam as eleições de 2018. Após o depoimento dela à Polícia Federal, em 20 de fevereiro, seu advogado disse que a campanha dela ficou comprometida por problemas pessoais. "A mãe dela se internou, e perto da campanha ficou em home care na casa dela. E logo depois da campanha, a mãe faleceu. Isso desestimulou", disse o advogado Ademar Rigueira.


Relatos de ex-candidatas

Adriana Maria Moreira Borges

A ex-candidata a deputada federal do PSL-MG disse que recebeu a proposta de repassar R$ 90 mil dos R$ 100 mil recebidos do fundo eleitoral. Ela teria que fazer cheques em branco para pagar despesas de outros candidatos.
Ouvida pelo Ministério Público na condição de testemunha, ela conta que a proposta foi feita por Roberto Silva Soares, à época assessor parlamentar de Álvaro Antônio, então deputado federal. Hoje, Soares é secretário-geral do PSL em Minas Gerais. Em nota, ele negou as acusações e disse ainda que irá processá-la por falsas acusações.
Adriana disse, no mesmo depoimento, que não aceitou as condições e que acabou recebendo do partido R$ 4 mil.

  • Zuleide de Oliveira
A ex-candidata a deputada estadual por MG acusa o ministro do Turismo de ter feito a ela a proposta de receber R$ 60 mil e devolver R$ 45 mil. Segundo ela, o ministro teria organizado sua candidatura para que ela pudesse devolver verbas ao partido. "Eu acho que eles me usaram", diz.
Ela entregou ao Jornal Nacional cópias de mensagens de celular trocadas com um integrante do PSL de Minas Gerais. Numa mensagem, por exemplo, ele informa a documentação para abertura de conta de campanha e que seriam necessárias três contas.
Zuleide confirmou que não chegou a receber o dinheiro. Ela teve a candidatura indeferida e não disputou a eleição, porque tinha uma condenação na Justiça por causa de uma briga.

  • Cleuzenir Barbosa (PSL)
Ex-candidata a deputada estadual em Minas Gerais, Cleuzenir Barbosa declarou ao "Jornal Nacional" que assessores do ministro do Turismo – Raissander de Paula e o Roberto Soares – pediram que ela transferisse para empresas dinheiro público de campanha. Ela disse que um desses pedidos foi para o repasse de R$ 30 mil para uma gráfica.
Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", Cleuzenir afirmou que o ministro do Turismo sabia do esquema para PSL para lavar dinheiro. Ela estava em Lisboa e disse que foi para lá porque se sente ameaçada. A mulher confirmou as acusações ao repórter Leonardo Monteiro, da TV Globo.