sexta-feira, 13 de setembro de 2013

As provas da propina de cada um

Documentos envolvendo parlamentares são contundentes: de cheques a comprovantes de depósitos feitos pelas empresas do grupo Planam

Hugo Marques
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 O clima no Congresso raramente esteve tão tenso quanto na última semana. Uma parcela de parlamentares fazia enorme pressão para tirar nomes da lista dos sanguessugas. De outro lado, deputados e senadores não citados no esquema que superfaturava a compra de ambulâncias pressionavam para que a lista fosse a mais ampla possível. No meio do embate, os membros da CPI que investiga as fraudes nas emendas ao Orçamento e dez técnicos trabalhando até 16 horas por dia para finalizar um primeiro relatório que será divulgado na quinta-feira 10. Apesar de alguns dados ainda não estarem disponíveis, o documento a ser apresentado certamente representará a morte política de vários parlamentares. ISTOÉ teve acesso exclusivo a diversos documentos já em poder da CPI, da Polícia Federal e do Ministério Público. São cheques, extratos bancários, depósitos e gravações telefônicas que serão usados no relatório e que servirão como base para o pedido de cassação de 14 deputados. Eles receberam dinheiro em suas contas correntes ou nas contas de parentes muito próximos, como filhos e mulheres. Outros 30 parlamentares recebiam a propina por intermédio de assessores. Um deputado está nas duas listas, pois recebeu tanto na própria conta corrente como na de seu chefe de gabinete.
 
O combativo deputado Cabo Júlio, do PMDB mineiro, elegeu-se após liderar uma greve de PMs. A CPI já confirmou que, uma vez eleito, ele reuniu os líderes dos sanguessugas em sua chácara, em Belo Horizonte. Na lista da Planam, a empresa que vendia as ambulâncias, há dois cheques e 15 comprovantes de depósitos na conta bancária de Júlio César Gomes dos Santos no Banco do Brasil. Esse é o nome completo do Cabo Júlio. Total dos depósitos: R$ 193 mil. Para o deputado Ricarte de Freitas (PTB-MT) a Planam foi mais generosa. O documentos mostram que a empresa chegou a pagar dívidas do parlamentar junto à Piran Factoring e à VR Factoring e ainda forneceu as passagens aéreas de uma filha de Ricarte para uma viagem a Nova York. Total da generosidade: R$ 747 mil.

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Fonte: Isto É Independente



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