17/10/2006 - 09h50 -
Conheça a acusação contra Alceste Almeida e sua defesa
O deputado Alceste Almeida (PTB-RR) foi acusado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin de receber R$ 72 mil em troca do direcionamento de licitações para a compra de unidades móveis de saúde. O dinheiro seria uma comissão equivalente a 10% do valor de emendas apresentadas pelo deputado.
Em depoimento na Justiça Federal, Vedoin disse que pagou ao parlamentar cinco parcelas de R$ 12 mil em 2005, referentes a cinco licitações do exercício de 2004. Quatro dessas parcelas teriam sido entregues em espécie ao deputado. A quinta parcela teria sido paga por meio de um depósito de R$ 17 mil em conta do assessor Marcos Aurélio de Brito Duarte (desse total, R$ 12 mil se destinavam ao parlamentar e R$ 5 mil ao assessor). Vedoin informou que outros R$ 12 mil foram repassados ao assessor do deputado, também em 2005, em razão de emenda destinada ao município de Amajeri (RR). O assessor teria recebido mais R$ 1,2 mil em benefício próprio.
Defesa:
Na defesa apresentada ao Conselho de Ética, o deputado afirma que não recebeu dinheiro de Vedoin e que não houve o depósito bancário na conta de seu assessor, ao contrário do que informara o empresário. Para comprovar a inexistência do depósito, Alceste Almeida encaminhou ao Conselho de Ética extratos da conta bancária do assessor e o indicou como testemunha para prestar esclarecimentos. "Não houve depósito, não houve acerto, não houve repasse de dinheiro", diz o deputado.
Alceste Almeida ressalta que não há irregularidades nas emendas de sua autoria ao Orçamento e que o conteúdo dessas emendas é de conhecimento público. Além disso, informou que ele próprio e seus assessores de gabinete entram em contato freqüentemente com prefeitos de cidades de Roraima para orientar a liberação de recursos orçamentários e extra-orçamentários. Segundo o deputado, não há nenhum delito que possa ser associado a esse procedimento.
O parlamentar argumenta que Vedoin fez acusações sem provas e, por isso, solicita o arquivamento de seu processo no Conselho de Ética.
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