sábado, 6 de julho de 2013

CPI notificará senador do PSDB e mais 2 deputados

Empresário da Planam acusou grupo de envolvimento com máfia dos sanguessugas
 
Senador Antero Paes de Barros e deputados Salvador Zimbaldi (PSB) e Philemon Rodrigues (PTB) vão ter de apresentar defesas à CPI
 
A CPI dos Sanguessugas decidiu ontem investigar oficialmente mais três parlamentares suspeitos de participação na máfia das ambulâncias superfaturadas. Foram expedidas notificações para que o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e os deputados federais Salvador Zimbaldi (PSB-SP) e Philemon Rodrigues (PTB-PB) apresentem suas defesas.
 

A CPI já pediu a cassação do mandato de 72 parlamentares. A depender das investigações, os três novos nomes podem ser incluídos na lista dos "cassáveis" que sofrem processo. "Há elementos para que eles sejam investigados. Agora precisamos fazer o exame das provas apresentadas", disse o deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), presidente da CPI.
 
Juiz interino do caso da máfia das ambulâncias, Cesar Bandeira encaminhou documentos apresentados na semana passada por Otto Medeiros de Azevedo Júnior, advogado de Luiz Antonio Trevisan Vedoin, um dos sócios da Planam, a empresa que encabeçava o esquema.
 
Contra o senador Antero pesa, principalmente, a entrevista de Luiz Antonio Vedoin dizendo que ele recebeu, por intermédio do deputado federal Lino Rossi (PP-MT), propina por ter supostamente direcionado verbas federais para que a Planam vendesse ambulâncias superfaturadas a prefeituras do Estado de Mato Grosso.
 
"Vou apresentar a minha defesa hoje [ontem] mesmo, não há nada, absolutamente nada de concreto contra mim", afirmou Antero. Ele acusou a CPI de fazer uso político do caso.
Contra Philemon há a acusação de Luiz Antonio e de seu pai, Darci Vedoin, segundo a qual ele teria um acerto com a quadrilha. Darci diz ter orientado um funcionário a pagar ao deputado, a título de comissão, "não mais que R$ 15 mil". Ele nega participação no esquema.
 
Já contra Zimbaldi, a acusação é que o deputado teria pedido como contrapartida ao direcionamento de verbas que a Planam repassasse um microônibus médico para a Fundação João Paulo 2º, que dá assistência médica e odontológica no posto médico Padre Pio, em Cachoeira Paulista (SP). Ele afirmou que a notificação da CPI lhe dará a oportunidade de "esclarecer e sepultar" o caso.Quarto parlamentar









Há ainda o nome de um quarto parlamentar, Pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE), contra o qual Darci Vedoin diz ter mantido entendimentos. Em seu depoimento à Justiça Federal, o sócio da Planam afirmou que o parlamentar solicitou propina antecipada, mas, como não teria sido atendido, "vendeu" sua emenda para uma quadrilha concorrente. Biscaia afirmou que continua analisando esse caso, mas não há elementos para investigação formal.

Ontem, a CPI também decidiu colocar em votação na semana que vem a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e bancário da ex-servidora da Câmara Cristianne Mayrink Sampaio Silva Neto, que supostamente atuaria como elo da Planam com congressistas. Dados da CPI mostram que ela recebeu R$ 16 mil da família Vedoin.

A comissão avalia que não há elementos suficientes para notificar os parlamentares que teriam se relacionado com máfia das ambulâncias por intermédio de Cristianne. Luiz Antonio Vedoin levantou a suspeita em entrevista à revista "Época", mas voltou atrás. (ADRIANO CEOLIN, RANIER BRAGON E LETÍCIA SANDER)
 
 


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